O mundo precisa se preparar para um choque de US$ 410 bilhões. Essa é a quantia que vai “sumir” dos mercados globais com o fim do “dinheiro fácil” injetado por bancos centrais de todo o planeta para conter os efeitos da pandemia de coronavírus na economia.
Levantamento da Bloomberg Economics estima que, só nos países industrializados do G7, haverá um enxugamento de US$ 410 bilhões nos balanços de seus bancos centrais até o fim de 2022.
É uma guinada em relação ao ano passado, quando houve uma injeção de recursos da ordem de US$ 2,8 trilhões pelos BCs dos países ricos. Desde que a pandemia do coronavírus eclodiu, foram nada menos do que US$ 8 trilhões em estímulos à economia no G7.
Essa onda de apoio monetário ajudou a sustentar as economias e os preços dos ativos durante a crise. Agora os bancos centrais recuam – tardiamente, na opinião de alguns críticos – à medida que a inflação dispara para máximas de várias décadas.
O duplo impacto da retirada de estímulos e das taxas de juros mais altas cria um desafio sem precedentes para uma economia global já atingida pela invasão da Ucrânia e pelas novos lockdowns por Covid na China.
Ao contrário dos ciclos de alta de juros anteriores, quando o Federal Reserve dos EUA (Fed, o banco central americano) estava sozinho na retirada de estímulos, desta vez espera-se que outros façam o mesmo.
Isso levará a custos maiores para empréstimos a empresas e consumidores.
– Este é um grande choque financeiro para o mundo – disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para Ásia-Pacífico da Natixis, que trabalhou anteriormente para o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional. – Já estamos vendo as consequências na redução da liquidez (dinheiro em circulação) e na valorização do dólar.
Fonte: Exame
Comentários
Deixe o seu comentário