Aportes em fundos de investimentos e resgates da poupança crescem em Setembro

14/10/2021 06:48:28

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Principais pontos da leitura

Entre os destaques com as maiores entradas líquidas de recursos no ano, os fundos multimercado tiveram captação de R$ 92,8 bilhões entre janeiro e julho.
Apesar de ser ainda muito popular entre os brasileiros, a poupança oferece baixo retorno quando comparada com outras aplicações de renda fixa mais conservadoras, ainda que num cenário de juros em alta.
No embalo do aumento do investimento em ativos de renda fixa, a B3 começou a disponibilizar para negociação as cotas de um novo fundo de investimento, o Inter Infra Fundo de Investimento em Cotas de Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura Renda Fixa Crédito Privado.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que a indústria de fundos registrou captação líquida de R$ 296,4 bilhões de janeiro a julho deste ano, número que representa um avanço de aproximadamente 365% em relação aos R$ 63,7 bilhões registrados no mesmo período de 2020.

Entre os destaques com as maiores entradas líquidas de recursos no ano, os fundos multimercado tiveram captação de R$ 92,8 bilhões entre janeiro e julho. Em relação à rentabilidade, os fundos classificados como “multimercados macro” registram valorização de 1,36% em 2021. Já os “multimercados livre” tiveram alta de 2,94% na mesma janela de comparação.

Na última quinta-feira (07), a Anbima também divulgou dados que mostram que os fundos de investimento no exterior têm a melhor rentabilidade acumulada em 2021, com as classes multimercados (5,5%) e ações (5,4%) liderando o comparativo.

“É consequência da desvalorização cambial e de ativos no exterior com rentabilidade interessante, seja de empresas de tecnologia ou determinadas moedas”, pontuou Pedro Rudge, diretor da Anbima, em coletiva virtual.

Os números mostram um caminho contrário a outro grupo de brasileiros, os que ainda têm dinheiro na caderneta de poupança. No entanto, seja pelo cenário econômico e a necessidade de usar o dinheiro ou pela tentativa de buscar ganhos mais expressivos, o mês de setembro fechou o balanço com uma saída líquida total de R$ 7,7 bilhões, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Banco Central (BC).

O resultado é decorrente de R$ 282,9 bilhões em depósitos e R$ 290,6 bilhões de retiradas, um valor recorde para o mês desde o início da série histórica do BC, iniciada em 1995. No acumulado de 2021, os resgates na poupança já superam os aportes em R$ 23,3 bilhões. O saldo total aplicado está na casa de R$ 1,031 trilhão.

Apesar de ser ainda muito popular entre os brasileiros, a poupança oferece baixo retorno quando comparada com outras aplicações de renda fixa mais conservadoras, ainda que num cenário de juros em alta. Em setembro, por exemplo, a poupança rendeu apenas 0,30%, ante variação de 0,44% do CDI, o principal referencial das aplicações de renda fixa. Importante destacar que quando a taxa Selic está em um patamar igual ou inferior a 8,50%, a poupança rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR), que está zerada desde 2017.

Renda Fixa

Segundo balanço da Anbima, a indústria de fundos de investimento acumula uma captação líquida de R$ 390,6 bilhões em 2021, um recorde da série histórica. A classe de renda fixa foi a que puxou o desempenho (R$ 237,2 bilhões ante R$ 21,8 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses do ano), por movimentos concentrados em fundos de baixa duração.

Os valores seguem o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic). “À medida que o mercado tem uma expectativa que o Banco Central esteja no movimento de aumento de taxa de juros, os fundos atrelados à renda fixa acabam tendo demanda e atratividade maiores”, afirma Rudge.

O último relatório da Anbima mostrou ainda que o patrimônio líquido da indústria de fundos cresceu 17,4% entre setembro de 2020 (R$ 5,8 trilhões) e setembro de 2021 (R$ 6,8 trilhões). No total, estão na pesquisa mais de 29,6 milhões de contas (+20%), 25 mil fundos (+18,5%) e 781 gestoras de recursos (+12,2%).

No embalo do aumento do investimento em ativos de renda fixa, a B3 começou a disponibilizar para negociação as cotas de um novo fundo de investimento, o Inter Infra Fundo de Investimento em Cotas de Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura Renda Fixa Crédito Privado. O fundo gerido pelo Inter é destinado ao investidor geral, e tem suas cotas negociadas através do ticker BIDB11.

O FI-Infra é um produto que destina seus recursos à aplicação em ativos relacionados à captação de recursos para investimento em infraestrutura e tem sua estratégia de alocação de recurso em investimentos de infraestrutura brasileira. O novo ativo possibilita que investidores tenham acesso à estratégia de construção de carteira com foco em renda fixa de gestores especializados.

“Hoje temos na B3 cinco fundos desse tipo listados, o que dá ao investidor mais possibilidades de diversificação de setor dentro de suas carteiras de investimentos”, comentou Fabio Hull, Diretor de Relacionamento da B3, no pregão inicial de negociação do fundo.

De fato, atualmente, é possível investir em fundos de renda fixa, fundos de ações, fundos multimercado, fundos internacionais, fundos ESG, fundos temáticos, fundos lastreados em indexadores (ETFs), entre outros. Com a volatilidade da bolsa brasileira, vale a regra de sempre de que diversificar os investimentos é a melhor forma para diminuir riscos do seu portfólio de ativos.


Fonte: Mercado 1 Minuto

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