As decisões do COPOM e a taxa Selic

14/05/2024 12:04:27

2 min e 56 segundos

Qual a projeção do mercado para as próximas reuniões do COPOM?
A decisão apertada do COPOM da última semana, quando 5 dos 9 votantes decidiram pela redução de 0,25% na Selic e 4 pela queda de 0,50%, jogou luz sobre o contrato de opções de Copom negociado na B3.

As decisões do COPOM e a taxa Selic

  • As reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, que é o colegiado que decide os rumos da Selic, são periódicas e acontecem a cada 45 dias em média, com calendário definido para todo o ano.
  • Este ano ainda teremos 5 (cinco) decisões: 18 e 19 junho, 30 e 31 de julho, 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro.
  • Dada a importância da taxa básica na precificação dos juros (marcação a mercado) e também seu impacto no mercado de renda variável, o mercado procura diariamente pistas para entender quais serão as decisões futuras do COPOM. O grande impacto da política monetária/juros faz com que os investidores busquem meios de proteção (hedge), em especial para a carteira de fundos de renda fixa, para os possíveis cenários relacionados às decisões.

O Contrato de Opções de Copom

O Contrato de Opção de Copom permite a negociação da variação da taxa Selic Meta, decidida a cada reunião do comitê. Essa negociação, independente para cada decisão, permite a adoção de
estratégias de proteção da carteira de investimentos.

O contrato/produto tem o payoff (resultado) do tipo cash-or-nothing, ou seja, caso a Taxa Selic Meta definida na reunião do COPOM for igual à alteração negociada (preço de exercício), a opção é exercida com o pagamento, do vendedor ao comprador, de um valor fixo. Em qualquer outro caso, não há exercício e a opção não gera payoff (resultado), restando somente o custo do prêmio pago pelo comprador no início da operação.

A grande característica em termos de informação é que o contrato mostra a expectativa/probabilidade que o mercado atribui para a queda, manutenção ou alta da Selic para cada reunião.

Com os dados de negociação é possível então calcular qual a chance da Selic cair, se manter ou subir; ver o dia-a-dia das projeções para a Selic até a véspera da decisão e acompanhar o histórico de probabilidade dada pelo mercado para cada reunião.

Quais eram as expectativas do mercado antes da queda da Selic em 0,25%?

Como podemos ver, a maioria do mercado no dia 08/05, antes da decisão do COPOM, acreditava numa  queda de 0,25% (67,5%) ou manutenção da taxa Selic (29,5%).

A probabilidade de queda na Selic em 0,25% subiu a partir da metade de abril por conta da mudança de cenário interno e externo. Ao mesmo tempo, a chance do COPOM reduzir em 0,50% ou manter a Selic foi caindo.

Conforme a data da decisão se aproximava, o volume/contratos negociados se concentrou na manutenção da Selic, o que acabou não acontecendo, e na queda de 0,25%.

No dia 09/05, logo após a decisão do COPOM, as expectativas eram:


Por Leandro Strasser / Gerente da R3 Educação (CGA, CFP, CAIA L1)

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