Gestão pública e inovação: o que esperar no pós-pandemia?

17/01/2022 22:50:29

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Principais pontos da leitura

Apesar dos desafios e problemas desencadeados pela pandemia do novo coronavírus, ela também trouxe alguns reflexos positivos.
Com a necessidade do distanciamento social, muitos perceberam como a tecnologia facilita a comunicação à distância.
O grande impacto da pandemia, nesse sentido, foi a necessidade de adequar essas rotinas, e aderir à transformação digital para que o serviço não fosse totalmente interrompido.

Apesar dos desafios e problemas desencadeados pela pandemia do novo coronavírus, ela também trouxe alguns reflexos positivos. Um deles se refere à gestão pública e inovação. O chamado novo normal mudou a relação das pessoas com o trabalho, e isso também aconteceu nos setores públicos.

Com a necessidade do distanciamento social, muitos perceberam como a tecnologia facilita a comunicação à distância. Ficou ainda mais evidente a importância de estar conectado e dispor de recursos e ferramentas tecnológicas para manter a integração e dar continuidade aos processos cotidianos.

Muitas dessas mudanças vieram para ficar. Por isso, conversamos com Jenifer Terra, diretora de operações na Digix, para que ela explicasse de que maneira a pandemia impactou a gestão pública, quais são as expectativas para o pós-pandemia e algumas inovações para esse setor.

Impacto da pandemia na gestão pública

“A pandemia obrigou, pressionou todo mundo, inclusive o setor público, a iniciar a sua transformação digital.” Essa é a primeira observação de Jenifer Terra a respeito da realidade que o mundo está vivendo em função da crise do novo coronavírus.

É fato que os serviços oferecidos pelo setor público ainda traziam muitas dependências, em especial, a necessidade de realizar os processos presencialmente. Também, a utilização de papéis e os processos exclusivamente físicos.

O grande impacto da pandemia, nesse sentido, foi a necessidade de adequar essas rotinas, e aderir à transformação digital para que o serviço não fosse totalmente interrompido. De acordo com a especialista, os órgãos públicos tiveram que se adaptar rapidamente para esse momento.

Entretanto, ela faz uma observação importante: “vemos que muitos órgãos não estão preparados para isso, mas acho que foi uma grande pressão para que aconteça”. Ou seja, o setor público, em geral, sentiu o impacto da pandemia, e todos os departamentos veem a necessidade de inovar e se modernizar para se manter funcionando.

De toda forma, não podemos ver essa pressão ou exigência como algo negativo. Afinal, nesse momento, trata-se de uma questão de segurança para a sociedade, mas com a vantagem de ser uma adequação que trará novos recursos, mais práticos e simplificados, favorecendo o trabalho do servidor e o atendimento à população.

Expectativas para a nova gestão pública no pós-pandemia

Não há como negar que, no que se refere à gestão pública e inovação, esse setor ainda está um passo atrás em relação às áreas empresariais. Existe uma defasagem tecnológica muito grande, que torna os processos lentos, complexos e muito burocráticos.

Diversos fatores estão relacionados com essa característica, mas um deles é cultural. Vemos que, nesse setor, ainda existe certa resistência à adoção de inovações, pois principalmente os servidores com mais tempo de casa já estão habituados ao modo como tudo é feito.

“Muitas vezes, é uma crença limitante de como as coisas devem funcionar”, explica Jenifer. Mas com a pandemia, vemos que isso passou a ser ainda menos satisfatório e — por que não dizer? — ineficaz e insuficiente para as necessidades do momento. Portanto, para o pós-pandemia, podemos esperar uma mudança cultural do setor público.

Para a diretora de operações da Digix, o primeiro passo para uma gestão pública eficiente no pós-pandemia “é se abrir mais para o novo e deixar as coisas acontecerem mais alinhadas com esse processo da tecnologia. A mudança de mindset e de percepção é fundamental”.

A contratação de novas tecnologias no setor público

De acordo com Jenifer, a associação entre gestão pública e inovação já estava acontecendo, mas de uma forma lenta. A gestão de processos digitais, por exemplo, era uma realidade, porém, existe a necessidade de implementar esse recurso o mais rapidamente possível.

A especialista explica que “o órgão público funciona basicamente sobre processos, então, tudo que acontece lá dentro está envolto neles”. Sendo assim, o trâmite com os documentos digitais é um passo básico, uma mudança palpável que podemos esperar para o pós-pandemia.

De toda forma, como dito, a adoção dos documentos e certificados digitais já vinha acontecendo. O que virá depois, segundo Jenifer, são algumas inovações mais disruptivas para o setor público. A expectativa é a implementação da Inteligência Artificial e da Realidade Aumentada, duas tecnologias úteis e aplicáveis na gestão pública.

Jenifer conta que houve, inclusive, um aumento da procura por soluções que permitam aos órgãos se adequar a esse novo momento. Então, dado o contexto, a mudança já se iniciou e, no pós-pandemia, haverá uma relação ainda mais sólida entre gestão pública e inovação. Um ganho para os servidores e a população, de um modo geral.

Importância da associação entre gestão pública e inovação

Quando falamos a respeito da implementação de tecnologias no setor empresarial, vemos que essa é uma necessidade que já existia, mesmo antes da crise do coronavírus. “Não é mais uma escolha, é uma obrigação. Ter a tecnologia como apoio para os nossos negócios é fundamental”, explica Jenifer.

Ela complementa, dizendo que “as empresas que não se adaptarem a isso, ou não se adequarem, ficarão para trás, independentemente do porte”. Voltando a atenção para o setor público, temos a mesma realidade, porque além da exigência do momento, para manter o distanciamento social, esses órgãos há muito precisam passar por uma atualização.

A especialista explica que é preciso enxergar a tecnologia como uma competência. As empresas já entenderam isso como um recurso para obter novos negócios, bem como manter aqueles já existentes. A inovação agrega valor para o cliente.

No caso dos órgãos públicos, eles precisam também se adequar a essa realidade, uma vez que estão incluídos na mesma sociedade digitalizada e tecnológica. Além disso, são consumidores de serviços de empresas que estão se modernizando ou já passaram por esse processo.

A população também tem acesso à tecnologia e utiliza amplamente seus recursos. Portanto, gestão pública e inovação precisam ser associadas definitivamente para oferecer um atendimento mais eficiente, garantir produtividade para o setor e melhores condições de trabalho para o servidor.

As mudanças que estão sendo adotadas agora vieram para ficar. Por isso, é fundamental investir em tecnologia para oferecer um serviço público cada vez mais inovador e conectado, com a eficiência que confere destaque e qualidade para suas entregas. Gestão pública e inovação não podem mais caminhar em direções contrárias.


Fonte: Blog Digix

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