Entenda o que o Dia das Mães representa para a economia do país

03/05/2022 08:23:51

6 min e 24 segundos

Para muitas mulheres, o Dia das Mães é mais do que especial. Para as que têm filhos, a data é o momento de demonstrar o amor que surge com a maternidade. Para as que são filhas, o  momento é de reafirmar a gratidão e carinho pela mulher que, com certeza, fez o que pôde para dar o melhor para você.

Porém, a data que conhecemos e comemoramos hoje nem sempre teve a mesma motivação e, principalmente, não surgiu com o objetivo de dar presentes às mamães.

Qual é a origem desta data comemorativa?

Diferentemente da comemoração atual, a data já era celebrada na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma antigas), nas festas de primavera, quando as pessoas costumavam cultuar as divindades que representavam as mães.

Já na Inglaterra dos anos 1600, o Dia das Mães, ou Mothering Day, como é chamado, teve início a partir de costumes cristãos e não cristãos. No seio da Igreja Católica, a comemoração acontece no quarto domingo da Quaresma (este ano, em 14 de março). A data coincide com o festival de Hilária, comemorado na Roma Antiga em honra à deusa Cibele, chamada de “Grande Mãe” (Magna Mater). Neste dia e época, os católicos voltavam às igrejas em que foram batizados e visitavam as mães. Mesmo após o país adotar o Anglicanismo como religião oficial, o costume continuou. Hoje, porém, o sentido religioso se perdeu e as pessoas apenas aproveitam o dia para visitar suas mães.

Partindo para o Dia das Mães como conhecemos hoje, a origem se deu nos Estados Unidos, no início do século XX, quando Anna Maria Jarvis decidiu homenagear a mãe, Ann Maria Reeves Jarvis.

Ann Jarvis fazia parte da Igreja Metodista Episcopal em West Virginia e realizava trabalhos sociais com outras mães na comunidade, principalmente durante a Guerra Civil Americana. Ela promovia ações pela melhoria da região e, em 1958, ela criou o Mothers Day Work Clubs (Clubes de Trabalho do Dia das Mães). A instituição era focada em ajudar a melhorar as condições sanitárias em todo o estado de West Virginia. Nela, Ann Jarvis ajudava as famílias, ensinava as mães a cuidar da higiene e trabalhar boas condições sanitárias, além de fornecer remédios para pessoas doentes e colocar famílias em quarentena para evitar epidemias.

Ann Jarvis atuou no trabalho social até sua morte, em 1905. A partir disso, a filha Anna Maria Jarvis deu sequência aos esforços da mãe e decidiu criar uma data em homenagem à ela. Por meio da iniciativa, foi estipulada a data do segundo domingo do mês de maio para que o dia sempre fosse próximo à  data de aniversário de morte de Ann Jarvis. Em 1908, a data foi comemorada pela primeira vez na Igreja Metodista de Grafton. Já em 1910, o Dia das Mães se tornou um feriado em todo o estado de West Virginia e, em 1914, a data foi decretada como feriado nacional pelo presidente Woodrow Wilson.

O Dia das Mães foi comemorado pela primeira vez no Brasil em 12 de maio de 1918, em Porto Alegre, RS, e foi oficializada no país em 1932, quando o presidente Getúlio Vargas emitiu um decreto determinando que todo segundo domingo do mês de maio seria dedicado à celebração.

Da mesma forma que ocorreu nos Estados Unidos, assim que a data chegou ao Brasil, a comemoração começou a crescer e se tornou a segunda data mais importante para o comércio, atrás apenas do Natal.

O que a data representa para a economia do país?

Ano após ano, as vendas no Dia das Mães apresentavam crescimento, porém, como todas as outras atividades, o comércio sofreu uma grande crise com o início da pandemia. No ano de 2020, as vendas em lojas físicas surpreenderam negativamente ao caírem 67% em relação a 2019.

O período do Dia das Mães colabora para o crescimento de diversos tipos de segmentos, como perfumaria, vestuário, calçados, floricultura, mas também movimenta setores econômicos fora do varejo, como viagens e turismo (afinal, que mãe não adora tirar umas férias para aproveitar muito?). Restaurantes, salão de beleza (um dia de relaxamento e autocuidado não faz mal a ninguém), e até mesmo vendas de ingressos de shows e cinema/teatro registram aumento de procura no período.

Por ser uma data de grande movimentação econômica, essa época do ano é considerada a mais lucrativa do primeiro semestre. Nela, a geração de empregos aumenta, há colaboração para o fortalecimento da economia do país, além de contribuir para o aumento da produção no setor industrial.

Os dois últimos anos foram cheios de surpresas: pandemia declarada, isolamento social no mundo inteiro, viagens suspensas e/ou proibidas, fronteiras, divisas e cidades inteiras com restrições para entrada e saída e, claro, comércios fechados em todos os países.

Passou Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados e a solução encontrada por muitos foi fazer as compras pela internet. Com isso, o e-commerce registrou um crescimento de 47% em relação segundo a pesquisa Shopping During The Pandemic, realizada pela Ipsos (empresa francesa de pesquisa e mercado). Outro indicativo do movimento de migração do consumo para o universo virtual, são os mais de 20 milhões de brasileiros que compraram pela internet pela primeira vez, como mostrou o estudo realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Neotrust (censo do varejo online do Brasil).

Já em 2021, após um novo lockdown em algumas regiões do país, os comerciantes receberam permissão para reabrir. A partir disso as expectativas de crescimento do consumo no período são positivas, principalmente por conta das promoções que devem se concentrar no varejo. As ofertas surgem na jogada por conta do fechamento anterior das lojas e porque é durante este período que acontece a mudança comercial de estação, um momento em que os comerciantes buscam zerar os estoques da estação que chega ao fim.

Além das promoções, o e-commerce é considerado uma forte ferramenta de vendas, com a expectativa de que as compras sejam feitas por meio de uma união dos dois formatos. Neste sentido, é esperado que o consumidor compre pelos canais digitais das marcas e retire a encomenda na loja física ou busque por produtos  em sites para comprar diretamente nos pontos de venda –principalmente no setor de vestuário, no qual muitas mulheres ainda têm “o pé atrás” para compras diretamente na internet por conta das particularidades de tamanho e manequim.

Porém, algo que pode afetar o volume de compras este ano é a inflação, que mesmo entre descontos e promoções, ainda pode afetar o poder de compra do consumidor. Segundo a CNC, apenas 5 tipos de bens e serviços sofreram redução de preço. Bolsas, maquiagens e livros são 3 dos tipos de produtos que registraram baixa de preço entre 3% e 8%, enquanto joias e bijuterias, TV, som e informática apresentaram altas de 14% a 20%. A segunda categoria descrita de bens e serviços, que sofreu encarecimento, apresenta o maior crescimento de preço em cinco anos.


Fonte: EQI Investimentos

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