Nos últimos anos, o mercado de apostas esportivas e jogos de azar online no Brasil experimentou um crescimento meteórico. Com a popularização das chamadas “bets”, cada vez mais apostadores brasileiros têm direcionado seus recursos para essa nova forma de entretenimento, que promete grandes ganhos, mas também traz consideráveis riscos.
Quanto os Brasileiros Estão Perdendo?
Segundo os dados do relatório Apostas on-line: estimativas de tamanho e impacto no consumo, os brasileiros apostaram um total de R$ 68,2 bilhões nos últimos 12 meses. Entretanto, desse montante expressivo, apenas R$ 44,3 bilhões retornaram aos apostadores em forma de prêmios. Isso implica que 36% do valor apostado foi perdido, resultando em um gasto líquido de R$ 23,9 bilhões para os apostadores.
A Relação Entre Gastos e Prêmios
A pesquisa destaca que 64% do valor total investido pelos brasileiros em apostas retornou aos vencedores como premiação. Embora o percentual possa parecer razoável à primeira vista, é importante contextualizá-lo dentro do montante global apostado. O fato de quase um terço dos recursos ser perdido sem retorno algum reflete o quão arriscado pode ser esse tipo de investimento.
Impacto no Consumo e na Economia
Essa conclusão é particularmente relevante, pois desmistifica a ideia de que o aumento das apostas poderia estar canibalizando o consumo de outros produtos. Segundo o Itaú, o dinheiro gasto em apostas parece estar vindo de outras fontes de renda ou de cortes em áreas menos visíveis do orçamento familiar.
O Setor de Apostas e o Marketing
Outro ponto importante abordado pela pesquisa é o impacto do marketing no crescimento das apostas online. O estudo estima que o setor de apostas no Brasil investiu entre R$ 5,8 bilhões e R$ 8,8 bilhões em marketing nos últimos 12 meses. Esses investimentos foram predominantemente direcionados para o patrocínio de times de futebol e publicidade em meios de comunicação de massa.
Esse tipo de estratégia de marketing, aliada à crescente popularidade dos esportes, especialmente do futebol, tem atraído um número crescente de apostadores. A visibilidade proporcionada pelos patrocínios e a publicidade constante nos principais meios de comunicação têm criado um ambiente onde as apostas se tornaram não apenas socialmente aceitáveis, mas também desejáveis.
Expectativas para o Mercado de Apostas
O mercado de apostas no Brasil está em plena expansão e não dá sinais de desaceleração. Com a legalização recente das apostas esportivas, é provável que o volume de apostas continue a crescer nos próximos anos. No entanto, esse crescimento também traz desafios significativos, tanto para os reguladores quanto para os consumidores.
Regulamentação e Proteção ao Consumidor
Além disso, serão necessárias medidas para proteger os consumidores, particularmente os mais vulneráveis, dos riscos associados ao vício em jogos de azar. Isso pode incluir a implementação de limites de apostas, campanhas de conscientização sobre os riscos e a criação de mecanismos de auto exclusão para aqueles que desejam limitar seu envolvimento com as apostas.
A Perspectiva Econômica
Do ponto de vista econômico, o impacto do crescimento das apostas sobre o consumo e o mercado de trabalho ainda não está totalmente claro. No entanto, o fato de que o consumo de outros bens não foi significativamente afetado sugere que o dinheiro gasto em apostas pode estar vindo de outras fontes, como economias ou rendas extras.
Considerações Finais
Os dados revelados pela pesquisa do Itaú mostram que as apostas online estão se tornando uma parte cada vez mais significativa do comportamento de consumo dos brasileiros. No entanto, o fato de que o valor perdido pelos apostadores é significativamente maior do que o valor ganho em prêmios ressalta os riscos envolvidos nessa atividade.
Para aqueles que escolhem apostar, é essencial fazê-lo com plena consciência dos riscos e das perdas potenciais. Enquanto o mercado de apostas continua a crescer, será crucial para o Brasil implementar uma regulamentação robusta e medidas de proteção ao consumidor para evitar que o entretenimento se transforme em um problema social de grandes proporções.
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Fonte: Folha e Seu Crédito Digital
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